Portugal defronta os Países Baixos, atual campeãs europeias e uma das equipas mais fortes do futebol feminino mundial, num jogo onde pontuar é essencial para manter as expetativas de seguir em prova. É hora de entrar na história do futebol nacional.
Reforço da identidade
No comportamento da seleção portuguesa e nas palavras de Francisco Neto, o dado mais forte a sublinhar é o reforço da identidade com que esta equipa se apresenta. O jogo frente à Suíça, nomeadamente a segunda parte, acabou por testemunhar isso mesmo. É com bola que Portugal se sente mais confortável e é à procura de a recuperar rapidamente que as jogadoras portuguesas mais dificuldades conseguem criar às adversárias. Conseguido esse objetivo frente à Suíça, eleva-se agora o grau de exigência, perante uma equipa dos Países Baixos que não sabe o que é perder um jogo oficial desde 7 de julho de 2019, há mais de três anos. Um jogo perdido frente aos Estados Unidos, na final do Mundial.
Espera-se que Portugal faça apenas uma alteração no seu onze. Kika está totalmente recuperada e é um elemento fundamental na forma como a equipa portuguesa se arruma em campo. No primeiro jogo, faltou a sua capacidade defensiva, acrescentando presença no momento de pressão onde Portugal se destacou, bem como o seu critério com bola. Sendo certo que é uma jogadora que assume, muitas vezes, riscos, é exatamente nessa postura que a jogadora do Benfica poderá ajudar a fazer a diferença. Com o seu melhor onze em campo, Francisco Neto acredita que é possível sonhar com um resultado que mantenha Portugal na corrida.

Neerlandesas em contexto complicado
O jogo frente à Suécia deixou a equipa dos Países Baixos diminuída, com as lesões da guarda-redes Sari Van Veenendaal e defesa-central Aniek Nouwen. Por outro lado, o COVID fez vítimas na concentração neerlandesa e a média Jackie Groenen e a avançada Vivianne Miedema também falham o jogo frente às portuguesas. Mark Parsons terá alguns desafios na forma de montar a sua equipa. Muito provavelmente veremos a guarda-redes Van Domselaar, a lateral-esquerda Olislagers (com Dominique Janssen a passar a central), a média Victoria Pelova e a avançada Renate Jansen a entrarem no onze. Todas as quatro atuam na Liga Holandesa, com a curiosidade de três delas (só Pelova joga no Ajax) atuarem no Twente, que foi eliminado na época passada pelo Benfica e que poderá voltar a estar no caminho das encarnadas no acesso à Liga dos Campeões desta temporada.
Estas mudanças oferecem um plano de proximidade que as jogadoras portuguesas podem e devem aproveitar. Sendo certo que continua a haver muito mais experiência e capacidade de jogo do lado das neerlandesas, Portugal está já hoje mais do que habituada a encarar estes desafios e a reconhecer na equipa adversária jogadoras que já ultrapassaram antes. Se em jogos de seleções as duas equipas não se defrontam desde 2014, com a única vitória portuguesa frente aos Países Baixos a registar-se em 2001, o que é certo é que o onze de Francisco Neto reúne hoje as condições para acreditar que pode ultrapassar este encontro e ser a primeira equipa do WEuro2022 a fazer uma surpresa.
Países Baixos – Portugal em direto na Antena 1
Voltamos hoje à Antena 1 para mais uma grande emissão de futebol feminino. Cláudia Martins estará no Leigh Sports Village para relatar o Países Baixos – Portugal, com os comentários de Luís Cristóvão e a presença da treinadora do SL Benfica, Filipa Patão, como convidada. A emissão tem a coordenação de Noémia Gonçalves.