Durante o Mundial 2022, estou no site AbrilAbril com uma crónica diária dos acontecimentos da competição. Mantendo a regularidade desta publicação, aqui partilho os textos dos primeiros dias.
20/11
O mundo no Mundial
Cada edição do Mundial de futebol é um momento de olhar o mundo e perceber como ele evolui. Para os cidadãos de 2022, o facto deste Mundial se realizar no Qatar trará mais reflexões sobre os problemas do que saudações sobre os avanços provocados pelo mesmo. É inegável que o processo de escolha do país organizador esteve envolto em problemas de corrupção, tal como é inegável a factura em vidas humanas do apressado desenvolvimento de um país que procura, num espaço de trinta anos, transformar a sua face. Por outro lado, joga-se pela primeira vez um Mundial num país árabe muçulmano, no que isso acaba por significar para as possibilidades de diálogo entre dois mundos que, na sua aparência, vivem de costas voltadas.
O Mundial 2022, de uma forma mais cruelmente evidente, é muito mais do que uma competição de futebol. Com a invasão militar russa na Ucrânia e as consequentes crises económica e energética que afetam toda a Europa, as matérias-primas do Qatar conquistaram um peso ainda maior no equilíbrio do mundo em que vivemos. Não é por isso de espantar que tantos queiram virar a cara ao desrespeito pelos direitos humanos, direitos climáticos, direitos de trabalho, direitos das mulheres ou liberdade sexual neste país. Outros valores se levantam no momento em que a bola começa a rolar. E parece ter pouco ou nada que ver com o futebol.
O Qatar da bola
Apesar de ser apenas o segundo país a organizar um Mundial sem nunca antes ter participado num, sendo a Itália de Mussolini, em 1934, o outro exemplo, é difícil negar que o Qatar tem uma tradição futebolística. Atuais campeões asiáticos, o Qatar participou participou em onze das trezes edições da Taça Asiática desde a sua independência. Conquistou a Taça do Golfo por três vezes. Participou nos Jogos Olímpicos de 1984. Foi finalista vencido no Mundial de Sub-20 em 1981, prova que organizou em 1985. A caminho do atual Mundial, a seleção qatari aproveitou talento naturalizado para formar o seu grupo, com jogadores nascidos no Sudão, no Gana, no Egito, em França, em Portugal, no Iraque. Mas também encontra espaço para uma nova geração de qataris filhos de imigrantes. Apresentar-se ao nível dos rivais é um objetivo mínimo para a equipa orientada pelo espanhol Félix Sánchez.
Ainda há futebol de rua
Aos 23 anos, Moisés Caicedo é uma das figuras da seleção do Equador, que em 2014 atingiu os oitavos-de-final do Mundial. Nesse mesmo ano, Moisés deixou as ruas de Santo Domingo de los Tsáchilas, onde jogava com os seus dez irmãos, para entrar na academia do Independiente del Valle. Nesta equipa venceu a Taça dos Libertadores em Sub-20 e foi contratado pelo Brighton, da Premier League inglesa. É um longo caminho, para um jovem jogador que enche o meio-campo com uma personalidade e uma capacidade apenas ao alcance dos predestinados. Num momento em que na Europa se chora a ausência do futebol de rua, o Mundial marca a sua estreia com bons exemplos do que serve para fazer crianças pelo mundo inteiro sonhar. Talvez em alguma rua jogue agora alguém que daqui a uns anos cumprirá o seu sonho.
21/11
O grupo de todos os conflitos
Quis o sorteio que o Grupo B nos lançasse uma série de encontros que deixam água na boca para quem estuda e acompanha as grandes questões do mundo. Inglaterra, Estados Unidos, Irão e País de Gales disputam duas posições no apuramento. Para os ingleses, uma passagem para esquecer nas Ligas das Nações parece ter refreado o entusiasmo. Os Estados Unidos, depois da ausência em 2018, lançam uma jovem geração em quem muito acreditam. Para os iranianos, envoltos em problemas sociais, cada Mundial é sempre uma ocasião para evidenciar a sua capacidade de luta e resistência. Para os galeses, apoiados no talento de Gareth Bale, trata-se do regresso a um Mundial sessenta e seis anos depois de muitas desilusões e muitos craques que não tiveram a oportunidade de chegar a pisar este palco. Um grupo onde se joga muito mais do que apenas um resultado.
Um Irão de face destapada
A forma como vários jogadores da seleção iraniana criticaram as autoridades do seu país e manifestaram o apoio às mulheres que exigem progresso e liberdade no Irão foi mais um rasgão na tradição de uma equipa fechada sobre si mesma. O elevar da voz em apoio à população demarcou uma geração de jogadores que têm realizado grande parte das suas carreiras na Europa, vivenciando outros enquadramentos e percebendo o lugar que ocupam como exemplos para os seus concidadãos. Carlos Queiroz, chamado a atenuar o clima de conflito de uma equipa onde já experienciou bastantes sucessos, parece ter optado por um caminho diferente no comentário pedido por um jornalista à situação no país. “Quanto é que me paga para responder a essa pergunta”, questionou o treinador português. Difícil de entender como se terão sentido Azmoun e Taremi ao ouvir o seu técnico expressar-se assim.
O Mundial das ausências
Dos muitos ausentes nesta competição, o senegalês Sadio Mané será aquele que mais custará não ver no Qatar. Depois de ter vencido tudo o que havia para vencer ao serviço do Liverpool e de ter conquistado a Taça das Nações Africanas com o seu país, o Mundial 2022 seria o momento de maior impacto da sua carreira, podendo conduzir o Senegal às eliminatórias, depois de uma saída frustrante na fase de grupos em 2018. No entanto, uma lesão sofrida a 8 de novembro com a camisola do Bayern de Munique acaba por impedi-lo de jogar a competição. A vida tornou-se, de repente, bem mais complicada para os senegaleses, que passam de candidatos a revelação a uma das equipas que pode acabar por ficar pelo caminho no Grupo A que partilham com Países Baixos, Equador e Qatar.
22/11
O coração de Eriksen e o apelo dinamarquês
A 12 de junho de 2021, em Copenhaga, o coração de Christian Eriksen parou. Estava no centro do relvado de uma partida entre a sua seleção e a Finlândia, a contar para o Euro 2020. O mundo inteiro assistiu à queda da estrela dinamarquesa, à união e ao desespero dos seus colegas e familiares, temendo uma tragédia televisionada. O jogo, no entanto, continuou. A Dinamarca, com Christian Eriksen já consciente e a recuperar numa cama de hospital, seguiu heroicamente até às meias-finais, acabando como uma das surpresas da prova.
Passou mais de um ano e Christian Eriksen já voltou a encantar nos terrenos da Premier League, primeiro ao serviço do Brentford, agora com o Manchester United. Vai voltar a ser ele a liderar a seleção da Dinamarca no Mundial do Catar. Uma seleção que tentou, pela via diplomática, abrir espaço para várias manifestações na defesa dos direitos humanos neste país. Nas últimas conferências de imprensa, jogadores, treinador e dirigentes não deixaram de transmitir a sua mensagem. O patrocinador do equipamento quase apagou os símbolos do mesmo, tentando expressar a sua indignação perante os acontecimentos que rodeiam esta competição. Ao entrar em campo, a Dinamarca não estará calada perante as injustiças que outros tentam defender.
Karim Benzema, o ausente
O Mundial que iria ser o de Karim Benzema, o melhor jogador do mundo, já não será. Uma lesão tirou ao avançado do Real Madrid uma oportunidade que esperava desde o início da sua carreira. O seu único Mundial foi jogado no Brasil em 2014. Uma longa ausência da seleção, devido a uma participação num esquema de chantagem sobre um colega, retirou expressão internacional a um jogador que sempre brilhou ao serviço do seu clube.
A história de Benzema é um pouco a história da França nas últimas décadas. A diversidade apresentada pela seleção campeã do mundo em 1998 nunca foi vivenciada com tranquilidade social no país. Acusações de diferença de tratamento dada a descendentes de africanos nos escalões de formação, problemas de integração de jovens de ascendência magrebina nas seleções, são situações que se sentem num país que, neste período, também foi vendo crescer a expressão da extrema-direita na sua realidade política.
Não ter Karim Benzema neste Mundial é, para além disso, só mais um problema para Didier Deschamps. As lesões já haviam deixado de fora Presnel Kimpembe, Christophe Nkunku e N’Golo Kanté, todos com boas perspetivas de serem titulares. Paul Pogba, outra das estrelas, também fica de fora devido a problemas físicos, num ano em que os seus conflitos familiares extrapolaram para o público e demonstraram um entorno problemático para um jogador que ainda não encontrou tranquilidade na sua carreira. A caminhada da França até este Mundial é uma aventura feita de imensos labirintos.
A casa saudita
O primeiro Mundial num país árabe e muçulmano não se realizará no gigante regional Arábia Saudita, mas no pequeno e disruptor Catar. O crescimento no quadro mundial das influências das forças cataris tem utilizado o desporto como meio para expressar a sua existência perante um vizinho que tem adotado diferentes estratégias para o controlar. Entre 2017 e 2021, o embargo imposto pelos sauditas colocou tudo em causa, não só a realização deste Mundial mas a própria subsistência do país. O Catar, ainda assim, resistiu.
Nessa prova de força dos cataris nasceu uma nova atitude dos sauditas, cada vez mais envolvidos em negócios e ações diplomáticas com os seus vizinhos. Não será por isso de espantar que os jogos da Arábia Saudita passem a imagem de ser jogados em casa. Num grupo de enorme exigência e com uma estreia frente à Argentina de Messi, o sucesso desportivo da equipa saudita parece um objetivo difícil de concretizar. Mas a transformação deste Mundial, um ano depois do estado da Arábia Saudita ter adquirido o Newcastle United, da Premier League, numa oportunidade de demonstração de força saudita em território catariano não será desperdiçada. O futebol é, aqui, apenas um meio para alcançar outros fins.
23/11
Não é a braçadeira, é o conhecimento
A tendência para medir os resultados das manifestações através das medidas concretas que são tomadas pelas instituições desvia-nos daquele que deve ser o caminho da transformação da sociedade. O que aqui está em causa não são as braçadeiras. O que está em causa é a informação que chega às pessoas.
Nesta medida, o Mundial 2022 é um fenómeno de sucesso no que toca a alertar mentalidades um pouco por todo o mundo para questões que importam ter em conta no futuro do planeta. O excessivo peso colocado na extração de combustíveis fósseis e a forma como este coloca em causa o nosso planeta. Os desequilíbrios daí resultantes em alargados territórios do planeta e a forma como a riqueza de um determinado país não é distribuída por todos aqueles que aí vivem e trabalham. Também não se tem deixado de focar, de maneira regular, a importância da igualdade de direitos e a falta de senso que tem discriminar alguém pelo seu género, origem ou opção sexual. Não se mede nada disto por uma bola que rola ou por uma braçadeira que se usa. Mede-se pela capacidade que temos para dar eco às nossas mensagens.
Daí que o futebol seja revolucionário. Porque mesmo no momento em que todo o seu aparato financeiro e simbólico se foca na organização de um evento que pretende limpo de mensagens políticas, são essas mesmas palavras e gestos que não deixam de ecoar a cada instante. Na forma como os jogadores ingleses se ajoelham antes do início de uma partida. Na liberdade concedida às mulheres iranianas para assistirem aos jogos num estádio. Pela maneira como jogadores, adeptos e jornalistas têm enfrentado as restrições impostas pelo Catar para não deixarem de expor as suas ideias, aproveitando o palco e o microfone para as fazer ecoar. Aos que se sentem fracos por ceder à beleza de um golo, insisto que essa beleza não nos faz esquecer aquilo por que importa lutar nestes meses de novembro e dezembro de 2022.
Doze anos e muitos mais
Desde 2010 que a realização do Mundial no Catar levantou suspeição e criou polémica. Mas doze anos não são suficientes para criar condições de ter, num mundo mediático, o espaço suficiente para alterar o curso da história. Na verdade, muito se realizou neste período. Uma profunda investigação levou ao afastamento de vários focos de corrupção no seio da FIFA e das Confederações continentais. Anos e anos de trabalho e investigação no território catariano permitiram o conhecimento da realidade no local e a instauração de novas leis. Um extenso trabalho de consciencialização permitiu que dirigentes, treinadores e jogadores sejam, hoje, agentes de mensagens de liberdade e de defesa dos direitos humanos, numa escala nunca antes vista no futebol profissional.
Mas a bola rola no Catar. Rola porque, na prática, os novos dirigentes da FIFA nunca encontraram base jurídica para reverter a entrega da competição a este país. Rola porque a sua riqueza lhe permitiu continuar a ultrapassar as dificuldades que teve pela frente. Rola, também, porque o Catar não é o outro lado do nosso mundo. 42º classificado no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, apesar dos largos reparos registados no relatório da Amnistia Internacional quanto aos direitos dos trabalhadores migrantes, o direito ao sindicalismo, as liberdades de expressão e reunião, os direitos das mulheres e das pessoas LGBTI e às pena de morte, o Catar demarca-se de vários outros países do Médio Oriente. Na prática, os valores do Catar estarão mais próximos da média dos valores dos países que integram a FIFA do que a ideia europeia de direitos. É esse confronto que o Mundial nos obriga a ter. O de ver o mundo como ele é, para melhor sabermos como nele fazer as nossas lutas.
Os favoritos também se abatem
A derrota da Argentina perante a Arábia Saudita é a primeira grande surpresa deste Mundial e, em consequência, o primeiro grande aviso. Sobretudo para as equipas que vão entrar hoje em campo. A Alemanha e a Espanha gozam de alargado favoritismo, mas a qualidade dos japoneses, que há quatro anos alcançaram já os oitavos-de-final, não deverá fazer descansar o conjunto germânico. Por outro lado, a Croácia terá que evitar a quebra que a final de 2018 lhes poderá ocasionar, frente a uma seleção marroquina que se pacificou com a troca de treinador e se prepara para chegar a este Mundial com uma conjugação de craques das principais equipas mundiais, como Hakimi, Mazraoui, Ziyech ou En-Nesyri. Finalmente, o Canadá aproveita uma nova geração de jogadores de múltiplas ascendências para regressar ao principal palco mundial. Steven Vitória e Stephen Eustáquio são os luso-descendentes que vão a jogo perante uma Bélgica que terá aqui uma derradeira oportunidade de uma geração de sonho conquistar um grande título internacional.
24/11
Portugal diante do espelho no Mundial 2022
Entre o que se joga em campo e o que fora dele acontece, Portugal olha-se ao espelho nos vários temas que este Mundial sugere. Há uma competição para ganhar, mas existem também questões que precisam de resposta. Como em tudo na vida.
Portugal entra hoje em campo para fazer a sua estreia no Mundial 2022, numa partida frente ao Gana. O sorteio ofereceu à seleção portuguesa um conjunto de jogos, nesta fase de grupos, onde será sempre considerada grande favorita. Essa é uma realidade que se mantém firmada deste a conquista do Euro 2016 com Fernando Santos. A vitória engendrada pelo Engenheiro ofereceu estatuto à representação nacional e catapultou-a para uma dimensão que o seu bom futebol, no passado, via apenas como mítica. Também assim se perceberá melhor que, apesar de ter somado ainda mais um triunfo internacional posterior, com a vitória na Liga das Nações em 2019, Fernando Santos tenha que lidar com um nível de exigência ímpar no que toca aos resultados. Sem dúvida que as últimas presenças em Mundiais e o Europeu do ano passado deixaram algum amargo de boca quanto aos resultados. Nesse sentido, o Catar dará à equipa portuguesa uma oportunidade de redenção.
Esta é a geração de maior qualidade que Portugal alguma vez apresentou numa grande competição. Vinte e seis jogadores que atuam nas principais ligas europeias, com experiência competitiva, com conhecimento da realidade do jogo ao mais alto nível. Uma estrutura com profissionais de qualidade, com capacidade financeira para investir ao nível da ciência do desporto, com enquadramento nas mais altas instâncias de decisão do futebol mundial. Em mais nenhuma área de negócio Portugal apresentará índices de semelhante alcance. Mas o futebol nem sempre tende a respeitar este tipo de lideranças. É preciso comprovar esta qualidade a cada noventa minutos. Perante uma equipa ganesa reforçada com um técnico focado na estratégia e com novos jogadores também de grandes ligas, Portugal terá que dispor dos seus trunfos da melhor forma possível. Daí que Diogo Costa, Rúben Dias, Bernardo Silva e Bruno Fernandes, como espinha-dorsal desta equipa, precisem de estar nos seus dias para alcançar a desejada vitória.
Os desafios que se jogam fora de campo
Como em todas as restantes seleções, o caminho para o Catar também se fez muito na forma como se discute um conjunto de polémicas que foram acontecendo fora de campo. No caso português, as suspeitas lançadas sobre o contrato de trabalho realizado com a equipa técnica liderada por Fernando Santos obrigaram o selecionador a deixar o seu posto de especialista em futebol para se exibir na sua outra função, a de detentor e gestor de empresas. O sucesso que também aí alcança nem sempre deixou sossegado quem se quer focar apenas no futebol. Dos profissionais de elite espera-se um tipo de dedicação e exclusividade que o Engenheiro não revelou. Mas também para sarar essas feridas nada haverá como uma vitória em campo.
Cristiano Ronaldo foi outro dos elementos que esteve no foco mediático nas últimas semanas. A sua situação em Manchester, a entrevista concedida a Piers Morgan e a forma como a sua sombra aparece a cada canto de qualquer tema ou conversa sobre a seleção portuguesa parece já um quadro fora de tempo, tendo em conta a idade e o momento de forma do jogador. Mas Portugal ainda não sabe viver sem os seus heróis e, por enquanto, é o madeirense quem ainda pode e quer vestir essa capa. O campo será o seu tribunal.
Não se fica pelas figuras da seleção a polémica portuguesa no que toca ao Mundial. Os reparos feitos em relação à organização do evento foram concentrados numa entrevista de Fernando Gomes, presidente da FPF, ao jornal espanhol Marca. A importância das mesmas não tiveram grande eco em Portugal, nem através dos meios oficiais da Federação, o que será de lamentar. Seria importante esse contributo para melhor percebermos do impacto da presença das altas figuras do Estado no Catar durante estas semanas. O cumprir das suas funções não deve, em caso algum, fazer com que se desvalorize a importância das lutas que se travam em redor desta competição. Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, em diferentes momentos, não souberam equilibrar o apoio necessário à representação portuguesa com a necessidade de marcar uma posição perante a organização deste evento. Nos últimos dias ficámos ainda a saber, através do Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE), que trabalhadores da Embaixada portuguesa no Catar sofrem de mesma falta de direitos de que tanto temos ouvido falar relativamente aos migrantes no Catar. Que trabalhadores do Estado português passem por este tipo de situações é uma realidade que não podemos ignorar e que nos deve envergonhar.
Dia de estreia também para o Brasil
As expetativas dos brasileiros à porta de cada Mundial são sempre enormes, mas talvez este ano essas possam ser encaradas como mais próximas da realidade. É um facto que a equipa liderada por Tite apresenta um número de soluções incrível, com dois dos melhores guarda-redes do mundo, um conjunto de centrais mais do que rodado ao mais alto nível e uma equipa de sonho do meio-campo para a frente. Num grupo onde Sérvia e Suíça alimentam iguais ambições de alcançar um lugar nos oitavos-de-final, a equipa canarinha não pode correr riscos nesta jornada inaugural, onde os sérvios chegam com vontade de fazer esquecer as habituais distrações extra-futebol que têm condenado prestações ao melhor nível nestas provas.